Viver Alto.
A dor era horrível. Minhas costelas se quebravam sozinhas, era o que parecia, e a mão gelada de algum fantasma detestável dilacerava com unhas sujas de carne podre tudo o que tocava dentro do meu corpo. O coração quase nem batia mais e quando o fazia era em espasmos de algo morto recentemente .Com tanta força que todo o peito se dobrava para trás. As veias saltavam no pescoço quase que estourando e o maxilar se projetava pra fora estirando os tendões, veias e músculos da garganta. Os olhos estavam fechados, mas lágrimas escorriam deles abundantemente e, se estivessem abertos, poderia se notar como a pupila se expandia rapidamente tornando o globo ocular inteiramente negro.
A dor nas mãos e nos pés não era menor e de modo algum podia ser ocultada pela dor no peito, pois cada dedo atingia vagarosamente o aspecto de um galho de carvalho cheio de nós, tendo na ponta uma unha marrom, grossa e escamosa. Os joelhos a esta altura se quebravam para trás e logo eu poderia andar tocando o chão só com a ponta de cada um dos pés. Estes por vez aumentavam de comprimento e adquiriam enorme força muscular. As pernas e os braços estavam mais compridos e muito mais fortes e cada músculo permanecia retesado. Vagarosamente cresceu na garganta um gargarejo de dor, raiva.....e prazer, que foi transformado rapidamente em um uivo alto e penetrante, ferindo o ouvido de qualquer um que passasse por ali aquela hora da noite.
As mãos arranhavam o solo desvairadamente enquanto músculos novos iam crescendo no peito que antes era fraco e magro. Já se assemelhava em grande parte a algum atleta ou ginasta olímpico. Quando num relance abriu os olhos injetados de sangue que já eram quase todo negros, e olhou para o próprio corpo que mudava, substituiu esgar maligno no rosto contorcido de dor por um sorriso breve de enorme satisfação.
Queria que todos o vissem agora. Queria que rissem dele e que falassem o quanto era fraco. Iria mostrar para cada um o quão forte poderia ficar quando queria. Iria esmigalhar a traquéia deles com apenas uma mão e deixaria que sufocassem no próprio sangue.
Agora a dor era lancinante e ele se dobrava sobre as próprias costas gemendo num ângulo impossível, esperando que ela passasse e se transformasse na sensação gelada que ele tanto amava...como se metal líquido e frio corresse pelas veias. Queria esquecer de tudo e de todos e apenas correr.
Agora a dor começava a diminuir, as orelhas se espichavam para trás. Algumas costelas ainda mudavam de lugar e o pênis estava muito mior e mais forte que o normal. Quando via o novo órgão reprodutor, em parte colado ao corpo como o de um lobo, lembrava de todas que riam quando ele passava e faziam chacota. Com a nova força quase que selvagem poderia fazer com elas o que bem quisesse e só de pensar em tais coisas, ficava com o pau duro como uma barra de aço. Iria arrancar suas roupas vagarosamente e veria no fundo dos olhos dela que, mesmo enquanto gritavam, ficavam com tesão. Ah, ele sabia que ficavam...podia sentir o cheiro delas... e elas o dele... e isso faria os corpos ferverem. Depois daria o prazer a elas, daria o que todas elas queriam e durante horas manteria o membro pressionado contra seu ventre e quando elas estivessem gemendo afogadas no próprio êxtase rasgaria suas gargantas e, antes que gritassem, beberia do sangue delas.
Não temia nenhum tipo de ameaça. Armas não o feriam mortalmente e nenhum combate corpo a corpo poderia ser perdido. Haviam homens fortes mas ele atingia a altura vantajosa de quase 2, 30m. Ninguém podia detê-lo. Após seus passeios não deixava rastros nem digitais que pudessem ser ligados a sua identidade diurna. Mataria qualquer um que ficasse em seu caminho, mas agia com bom senso evitando ao máximo contato com quem não desejasse se encontrar. Confiava seu segredo a uma pessoa e sabia que com ela ele estava bem guardado. Era seu melhor amigo.
E eu era mais.
Era rápido.
Forte.
Ágil.
E o melhor. Ao contrário do que todos imaginavam, era inteligente. Muito inteligente. E essa era a carta que usava com mais freqüência.
Agora aquilo que todos chamavam metamorfose mas ele reconhecia como nascimento chegava ao fim. Me levantei, espichei o corpo e uivei. A lua era crescente e essa era a hora dele.
Era o momento que ele tinha o controle da situação.
Era o espaço de tempo pelo qual ele esperava dias e noites interminavelmente.
Era naqueles momentos em que ele gostava de estar vivo e se sentia vivo.
Era naqueles momentos e por aqueles momentos que eu vivia.
E o dia seguinte estava muito longe, enterrado a muitos e muitos metros embaixo do solo lamacento da sua mente.
E eu só queria esquecer de tudo.
E eu só queria viver mais alto.
E era isso que ele iria fazer.
Era isso que eu fiz.
Era isso que nós fazemos.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
domingo, 20 de maio de 2007
ai denovo...
Urgência de seguir adiante...deixar tuido para trás....seguir o sol até ele se por...
Só dexando uma frase q eu gosto mto...pra não dizer q nunca mais postei...
Enganando eu mesmo...
Só dexando uma frase q eu gosto mto...pra não dizer q nunca mais postei...
Enganando eu mesmo...
sexta-feira, 11 de maio de 2007

Todos precisam de coisas bonitas mesmo que elas não existam...afinal...o que os olhos não veêm....blá blá
Té mais...
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Sonhando
Ter um jeito de James Dean...
A coragem de um outro astro de cinema..aventureiro...
Ir a marte...ser astronauta...
Conquistar qualquer garota...
Mesmo os indiferentes a tudo..as vezes tem uns sonhos...mesmo que sejam só pra satisfazer a eles mesmos...
No meu caso...no meu dia....no momento...um estilo assim
http://www.youtube.com/watch?v=yhdG-hRFoeQ
Talvéz só decorar a letra da música me faça satisfeito...ou um passo parecido...haha
Pra quem não quer nem saber dos meus sonhos....pelo menos a música é boa...eu acho
A gente vive pelos outros e sonha com o que já morreu
Ou não??
A coragem de um outro astro de cinema..aventureiro...
Ir a marte...ser astronauta...
Conquistar qualquer garota...
Mesmo os indiferentes a tudo..as vezes tem uns sonhos...mesmo que sejam só pra satisfazer a eles mesmos...
No meu caso...no meu dia....no momento...um estilo assim
http://www.youtube.com/watch?v=yhdG-hRFoeQ
Talvéz só decorar a letra da música me faça satisfeito...ou um passo parecido...haha
Pra quem não quer nem saber dos meus sonhos....pelo menos a música é boa...eu acho
A gente vive pelos outros e sonha com o que já morreu
Ou não??
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Porto Alegre....tarde de maio
Ta frio aqui...um garoão....to com saudades de casa...daquele ambiente quentinho e que sempre parece cheio de gente....ainda tou na rua com um pouco de receio de ir pra casa....não pra minha casa "casa"....pro apartamento onde eu moro agora....é legal lá...só que num dia como hoje ele deixa a gente um pouco deprimido...
Mas acho que vou subir...bater um café com uisque...tvéz fumar uma cigarrilha daquelas Villiger ou Dona Rosa, Dona FLor, Dona Maria ou sei lá como se chama....
Assistir um filme daqueles antigos...tvéz hitchcock....ou algum dvd de musica...
Comprei uma erdinger...de trigo...cerveja escura...alemã...bem alcoólica e especial pra dias como hoje...pra esquentar
Mas no mais é isso...to com saudades de casa....dos meus amigos...das minhas coisas....DE CASA PORRA....td mundo sabe o q é casa e eu não vo perde meu tempo aqui tentando explicar uma coisa q não da pra explicar mas que td mundo sabe o q é....
T+
Mas acho que vou subir...bater um café com uisque...tvéz fumar uma cigarrilha daquelas Villiger ou Dona Rosa, Dona FLor, Dona Maria ou sei lá como se chama....
Assistir um filme daqueles antigos...tvéz hitchcock....ou algum dvd de musica...
Comprei uma erdinger...de trigo...cerveja escura...alemã...bem alcoólica e especial pra dias como hoje...pra esquentar
Mas no mais é isso...to com saudades de casa....dos meus amigos...das minhas coisas....DE CASA PORRA....td mundo sabe o q é casa e eu não vo perde meu tempo aqui tentando explicar uma coisa q não da pra explicar mas que td mundo sabe o q é....
T+
domingo, 6 de maio de 2007
Sina
Nascido pequeno, pequeno criado
Crescido é homem, senhor, é cansado
Tão velho já é, tão indesejado
Um dia ela volta, levar em seus ombros
A vida que trouxe, no tempo passado
O peso da alma, da sua, da nossa
Quem corre quem foge, se esconde, oculta
Não foge da hora, nem tarda o esperado
Nenhum homem vivo, assim se sepulta
Perdido, largado e cheio do mundo
Na sela da morte será carregado.
Crescido é homem, senhor, é cansado
Tão velho já é, tão indesejado
Um dia ela volta, levar em seus ombros
A vida que trouxe, no tempo passado
O peso da alma, da sua, da nossa
Quem corre quem foge, se esconde, oculta
Não foge da hora, nem tarda o esperado
Nenhum homem vivo, assim se sepulta
Perdido, largado e cheio do mundo
Na sela da morte será carregado.
A vida das coisas.
Um texto perdido, brinquedo estragado
Um sapato velho, um copo quebrado
Nenhum que se preze, e seja usado
Esquece dos marcos, sentidos deixados
Carimbos na alma, por pouca que seja
São vistos por homens, de mente sujeita
E contam histórias, de quem lhe fez uso
Mesmo abandonados, jamais abandonam
E sempre recordam do dono e do caso
E prova do verso aqui rabiscado
Que seja uma casa, de muitas idades
De muitas pessoas, de sangue de raiva
De dias felizes, de noites antigas
A casa de história e vida pesada
E um dia aparece, nesta velha casa
Qualquer que desperte, na alma gravada
Um lado de fúria, de ódio ou de nada
E desde tal dia, na casa que vive
O espírito velho, de própria vontade
Ninguém mais habita, na paz da morada
Pois viva está ela e viva decide
E tem sentimentos, e chama “assombrada”
E colhe sementes, e cria virtudes
E espanta pessoas, abriga fantasmas
E até que num dia, desabe arruinada.
E fraca cai podre, ou forte a derrubam.
E após de há anos, ter sido criada
A alma descansa, na paz desejada.
Um sapato velho, um copo quebrado
Nenhum que se preze, e seja usado
Esquece dos marcos, sentidos deixados
Carimbos na alma, por pouca que seja
São vistos por homens, de mente sujeita
E contam histórias, de quem lhe fez uso
Mesmo abandonados, jamais abandonam
E sempre recordam do dono e do caso
E prova do verso aqui rabiscado
Que seja uma casa, de muitas idades
De muitas pessoas, de sangue de raiva
De dias felizes, de noites antigas
A casa de história e vida pesada
E um dia aparece, nesta velha casa
Qualquer que desperte, na alma gravada
Um lado de fúria, de ódio ou de nada
E desde tal dia, na casa que vive
O espírito velho, de própria vontade
Ninguém mais habita, na paz da morada
Pois viva está ela e viva decide
E tem sentimentos, e chama “assombrada”
E colhe sementes, e cria virtudes
E espanta pessoas, abriga fantasmas
E até que num dia, desabe arruinada.
E fraca cai podre, ou forte a derrubam.
E após de há anos, ter sido criada
A alma descansa, na paz desejada.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Tempos Além Do Passado (parte 2)
Não é uma tarefa fácil escrever sobre um assunto totalmente desconhecido e os recursos para descrever algo medonho em toda sua plenitude são drasticamente reduzidos quando a situação é real, pois não há meios de usar a imaginação.
Tomemos, por exemplo, a situação de um escritor de ficção que pretende descrever um animal desconhecido. Se ele não consegue reproduzir com seu vocabulário a cor de um animal, pode mudá-la de acordo com sua vontade, já que tal animal encontra-se em sua mente e fica sujeito a modificações que facilitem sua descrição no papel.
Em se tratando de um relato de algo real, tenho de abdicar de tal regalia e minhas descrições podem não ser exatas.
É fácil imaginar um grifo ou um cachorro de três cabeças mesmo que tais criaturas não existam. Mas uso o exemplo de Cthulhu e Yog Sothoth, criaturas descritas por Lovecraft e que são totalmente inimagináveis, mesmo que se tenha uma noção relativamente clara delas pelo que ele nos passou em suas linhas e linhas carregadas de loucura.
O meu caso é semelhante mas serei sincero em dizer que meu vocabulário não é tão rico como foi o dele.
Não sou um escritor e apesar do vocabulário relativamente grande adquirido de noites a fio absorto em textos de todos os assuntos e autores muitas das sensações ficarão sem uma definição exata.
Por se tratar de algo desconhecido pode se tornar desprovido de realidade, emoção. Mas apesar dos transtornos pelos quais passa minha mente, farei um esforço para não deixa-lo tão cansativo. Mesmo assim não obrigo ninguém a ler tudo o que escrevo caso não se sinta atraído.
Escrevo mais para mim do que para os outros.
Escrevo para passar para o papel parte do que perturba minha mente.
Relembro coisas horríveis apenas olhando para uma mancha de café na toalha...ou quando sinto o cheiro de algo estragado na geladeira....quando tocam duas melodias musicais e as notas se fundem formando um acorde novo e triste.....cheiros e cores que se fundem e adquirem, mesmo que por milésimos de segundo, a força de um furacão que me carrega de volta a lugares e situações que deveriam ser apagadas.....trazem lágrimas aos olhos, velhice ao rosto e depressão profunda a alma.
Fico nesse estado de nostalgia as vezes por horas mesmo que o “flashback” dure apenas segundos.
Não se tratam de vidas passadas ou épocas esquecidas de uma mesma vida......é de algo mais antigo que falo...algo velho....algo que, ao mesmo tempo, me deixa profundamente apavorado e triste e me cobre de saudade quando termina....como se todos meus amigos e família...tudo que eu amei e todo o mundo ao qual eu pertenço(ou pertenci um dia) fosse embora junto com esse momento. E quanto mais se repetem esses lapsos, visões ou seja lá que são, mais longos eles se tornam e menos eu me sinto apegado a realidade em que vivo.
Tomemos, por exemplo, a situação de um escritor de ficção que pretende descrever um animal desconhecido. Se ele não consegue reproduzir com seu vocabulário a cor de um animal, pode mudá-la de acordo com sua vontade, já que tal animal encontra-se em sua mente e fica sujeito a modificações que facilitem sua descrição no papel.
Em se tratando de um relato de algo real, tenho de abdicar de tal regalia e minhas descrições podem não ser exatas.
É fácil imaginar um grifo ou um cachorro de três cabeças mesmo que tais criaturas não existam. Mas uso o exemplo de Cthulhu e Yog Sothoth, criaturas descritas por Lovecraft e que são totalmente inimagináveis, mesmo que se tenha uma noção relativamente clara delas pelo que ele nos passou em suas linhas e linhas carregadas de loucura.
O meu caso é semelhante mas serei sincero em dizer que meu vocabulário não é tão rico como foi o dele.
Não sou um escritor e apesar do vocabulário relativamente grande adquirido de noites a fio absorto em textos de todos os assuntos e autores muitas das sensações ficarão sem uma definição exata.
Por se tratar de algo desconhecido pode se tornar desprovido de realidade, emoção. Mas apesar dos transtornos pelos quais passa minha mente, farei um esforço para não deixa-lo tão cansativo. Mesmo assim não obrigo ninguém a ler tudo o que escrevo caso não se sinta atraído.
Escrevo mais para mim do que para os outros.
Escrevo para passar para o papel parte do que perturba minha mente.
Relembro coisas horríveis apenas olhando para uma mancha de café na toalha...ou quando sinto o cheiro de algo estragado na geladeira....quando tocam duas melodias musicais e as notas se fundem formando um acorde novo e triste.....cheiros e cores que se fundem e adquirem, mesmo que por milésimos de segundo, a força de um furacão que me carrega de volta a lugares e situações que deveriam ser apagadas.....trazem lágrimas aos olhos, velhice ao rosto e depressão profunda a alma.
Fico nesse estado de nostalgia as vezes por horas mesmo que o “flashback” dure apenas segundos.
Não se tratam de vidas passadas ou épocas esquecidas de uma mesma vida......é de algo mais antigo que falo...algo velho....algo que, ao mesmo tempo, me deixa profundamente apavorado e triste e me cobre de saudade quando termina....como se todos meus amigos e família...tudo que eu amei e todo o mundo ao qual eu pertenço(ou pertenci um dia) fosse embora junto com esse momento. E quanto mais se repetem esses lapsos, visões ou seja lá que são, mais longos eles se tornam e menos eu me sinto apegado a realidade em que vivo.
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