As vezes a gente se pega caminhando, dormindo, sentado no pôr-do-sol ou, enfim, pensando sozinho, e num instante horrível, vê que não tem ninguém. Então você tenta pensar racionalmente e agradecer por todos os amigos que você já tem. Os seus melhores amigos que sempre estiveram ai, na alegria e na tristeza, que te abraçaram, que fizeram de tudo pela gente, e então você se sente ingrato e envergonhado e logo esquece a idéia. Mas lá no fundo em algum lugar, uma parte do coração(ou seja lá o que faz nascer aquele nó na garganta que parece que vai matar de tanta agonia), tem um rombo que cicatriza logo em seguida.
E você segue pensando que está tudo bem.
Que é a pessoa mais feliz do mundo, e realmente você se sente e É a pessoa mais feliz do mundo....até o exato momento no dia seguinte ou no outro em que aquele pedaço volta a se abrir e você sente vontade de largar tudo porque na verdade você é a pessoa mais infeliz do mundo.
Você acaba pensando que não é deste planeta, que a pessoa que vai te completar um dia, não nasce, não te conheçe e nem vai conhecer ou simplesmente se enforcou no cordão umbilical alguns minutos antes de nascer e morreu. Você simplesmente sabe que ela não está ali, até porque essa pessoa não existe, ela não pode existir. Você ganhou um dom maldito e bom. Você é um extraterrestre, em palavras desmedidas. Você não pensa mais em situações financeiras, em pais, mães, parentes e amigos....porque simplesmente é inaceitável aceitar que, logo você, tenha que ser uma pessoa sozinha, com um vazio que NADA no mundo pode fechar. Então você fica tão assustado com a idéia, que retorna ao mundo normal, passa novamente pela fase de vergonha, por reclamar quando tudo está bem, e volta a ser feliz.
E no correr do dia você termina se perguntando se você realmente finge ser uma pessoa feliz ou se você só teve uma crise de carência.
E você jamais vai saber o que foi isso. A não ser, é lógico, que você por acaso encontre essa pessoa. E não é necessariamente um caso de amor a primeira vista. É mais, MUITO MAIS, complexo que isso. Não há necessariamente uma relação física. É basicamente mental.
Você pode acabar batendo um papo com ela ao acaso e ver que em alguns momentos, a mente dos dois parece funcionar em conjunto, que algumas vezes os sentimentos e os pensamentos não são nada mais e nada menos que IGUAIS.
Então você vê que existem enormes diferenças entre vocês dois, mas que essas diferenças podem ter sido moldadas pelo tempo, pelo lugar em que foram criadas, e pela idade. Mas no fundo, nada pode apagar os traços mais fortes, e você amaldiçoa essa pessoa por ela não ter nascido ao seu lado. Por ela não ter sido seu irmão ou irmã. Ou um de seus amigos mais próximos.
E o que mais magoa é que você jamais tem certeza de nada depois disso, porque na verdade, na RAIZ de todas as leis do universo, quanto mais você descobre, mais as coisas ficam complexas porque a vida não é um jogo de espião onde as pistas e as provas esclarecem os fatos. Você acaba mais e mais perdido, e desiste de tentar entender. E você curte os momentos e espera pelo inesperado. Espera pelo que você não sabe.
E um dia tudo fica mais simples...ou não??
quinta-feira, 19 de julho de 2007
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Sem Controle
Acho que a gente deveria ter o controle total da nossa cabeça.
Ser como um daqueles chefes de fábrica que ficam caminhando em cima das pessoas e máquinas, naquelas passarelas de metal, enquanto tem o total conhecimento do que se passa lá embaixo. Seria muito mais fácil de trabalhar os problemas e as decepções. Os vícios, medos, tristezas, angústias e até o nosso futuro em algumas ocasiões.
Mas não é assim.
Quando realmente paramos pra pensar e observamos a vastidão do subconsciente e do inconsciente, a gente se toca de que somos trabalhadores....simples trabalhadores numa mente q é NOSSA. No momento eu fico pensando se eu deveria mudar, se deveria esperar tudo o que vem acontecendo mudar ou se eu me entrego duma vez pra derrota e desisto de tudo, esperando a tão sonhada “luz divina” de que tanto falam quando a gente está na pior.
Tento observar a derrota como algo inconcebível. Algo apenas para os fracos e os pobres de mente, mas apesar de ainda longe, vejo ela cada dia mais perto...se esgueirando e avançando alguns passos, mesmo que pequenos, a cada decepção que eu tenho.
Ao mesmo passo que repudio a derrota, agir é muito difícil. Não tenho peito pra tomar uma decisão e assumir responsabilidades e eu acho muito mais fácil abdicar de coisas boas do que batalhar pra conseguir. Estou matando as ovelhas e cortando os pés de laranja para não ter que me preocupar com os ladrões de animais e frutas.
Juntando-se a tudo isso vem a pressão de vários lados...pressão essa que só me faz ir pro lado contrário. Me obriguem a tirar a carteira de motorista e vocês vão ter alguém que com 20 anos dirige sem carteira. Me cobrem o estudo e vocês vão ter 0 em todas as matérias. Não nasci pra ser pressionado mas por outro lado minha bondade supera isso.
Academia? Sono saudável? Exercícios? Hábitos alimentares?
Isso também me decepciona..cada dia mais ossos e menos músculos. Não pretendo virar um halterofilista com aquele corpo todo musculoso e grande, mas apesar de minha saúde ser de ferro e suportar coisas que a maioria das pessoas nem acreditaria, ela está passando por uma prova de ferro. Pouca comida, as vezes um prato de bife a cada três ou quatro dias, água em quantidade diminuída e hábitos sedentários. Ainda sou forte pro meu tamanho mas sinto minha resistência indo pelo ralo. O sono não fica melhor. Cada dia durmo menos e não é rara a noite em que nem durmo.
Entretenimento?
Ouço rádio e discos de vinil com uma freqüência impressionante. Livros também existem em quantidade. Tentei o auto-ajuda....com grande determinação mas não adiantava mais fingir pra mim mesmo. O terror e a ficção...e as vezes aventura tomam 50% do meu dia e não é raro passar mais de 5 horas em sebos e livrarias a procura de exemplares raros.
O que eu faço de melhor?
Desenvolvo os reflexos e a capacidade mental com exercícios em casa e toco gaita até bem demais para quem só está praticando a alguns meses. Mas cantor não é meu emprego e nem uma profissão de pistoleiro me adiantaria alguma coisa apesar de ser uma ambição. Tudo isso acaba sendo coisa de criança.
Agrônomo.È isso que eu quero ser.
É? Tenho certeza?
O que se passa no lado leste da fábrica enquanto eu estou limpando o óleo derramado na parte sul? E a máquina do lado norte? Continua funcionando ou a ferrugem está corroendo-a peça por peça até que ela definitivamente desmonte inteira?
No oeste as coisas supostamente vão bem mas não me agrada o cheiro de queimado que o vento que entra pela janela traz daquelas áreas. Pode ser que também hajam problemas por lá. E os outros andares? Nem sei quantos a fábrica tem. Já subi uma vez ao qüinquagésimo nono e por lá vi algumas vontades secretas que me arrepiaram. Tortura, morte e alguns atos de maldade que não são característicos de uma mente saudável. Também conheço muito bem o porão mas tudo o que tem lá são caixas e caixas de lembranças velhas....é onde eu mais me ajeito. Tudo conhecido e sob controle. Mas já no primeiro andar onde eu estou agora limpando toda esta zona dessa sujeira, já existem coisas que eu desconheço.
Mas é isso...acho que vou verificar o lado oeste....não gosto mesmo dessa fumaça...
Ser como um daqueles chefes de fábrica que ficam caminhando em cima das pessoas e máquinas, naquelas passarelas de metal, enquanto tem o total conhecimento do que se passa lá embaixo. Seria muito mais fácil de trabalhar os problemas e as decepções. Os vícios, medos, tristezas, angústias e até o nosso futuro em algumas ocasiões.
Mas não é assim.
Quando realmente paramos pra pensar e observamos a vastidão do subconsciente e do inconsciente, a gente se toca de que somos trabalhadores....simples trabalhadores numa mente q é NOSSA. No momento eu fico pensando se eu deveria mudar, se deveria esperar tudo o que vem acontecendo mudar ou se eu me entrego duma vez pra derrota e desisto de tudo, esperando a tão sonhada “luz divina” de que tanto falam quando a gente está na pior.
Tento observar a derrota como algo inconcebível. Algo apenas para os fracos e os pobres de mente, mas apesar de ainda longe, vejo ela cada dia mais perto...se esgueirando e avançando alguns passos, mesmo que pequenos, a cada decepção que eu tenho.
Ao mesmo passo que repudio a derrota, agir é muito difícil. Não tenho peito pra tomar uma decisão e assumir responsabilidades e eu acho muito mais fácil abdicar de coisas boas do que batalhar pra conseguir. Estou matando as ovelhas e cortando os pés de laranja para não ter que me preocupar com os ladrões de animais e frutas.
Juntando-se a tudo isso vem a pressão de vários lados...pressão essa que só me faz ir pro lado contrário. Me obriguem a tirar a carteira de motorista e vocês vão ter alguém que com 20 anos dirige sem carteira. Me cobrem o estudo e vocês vão ter 0 em todas as matérias. Não nasci pra ser pressionado mas por outro lado minha bondade supera isso.
Academia? Sono saudável? Exercícios? Hábitos alimentares?
Isso também me decepciona..cada dia mais ossos e menos músculos. Não pretendo virar um halterofilista com aquele corpo todo musculoso e grande, mas apesar de minha saúde ser de ferro e suportar coisas que a maioria das pessoas nem acreditaria, ela está passando por uma prova de ferro. Pouca comida, as vezes um prato de bife a cada três ou quatro dias, água em quantidade diminuída e hábitos sedentários. Ainda sou forte pro meu tamanho mas sinto minha resistência indo pelo ralo. O sono não fica melhor. Cada dia durmo menos e não é rara a noite em que nem durmo.
Entretenimento?
Ouço rádio e discos de vinil com uma freqüência impressionante. Livros também existem em quantidade. Tentei o auto-ajuda....com grande determinação mas não adiantava mais fingir pra mim mesmo. O terror e a ficção...e as vezes aventura tomam 50% do meu dia e não é raro passar mais de 5 horas em sebos e livrarias a procura de exemplares raros.
O que eu faço de melhor?
Desenvolvo os reflexos e a capacidade mental com exercícios em casa e toco gaita até bem demais para quem só está praticando a alguns meses. Mas cantor não é meu emprego e nem uma profissão de pistoleiro me adiantaria alguma coisa apesar de ser uma ambição. Tudo isso acaba sendo coisa de criança.
Agrônomo.È isso que eu quero ser.
É? Tenho certeza?
O que se passa no lado leste da fábrica enquanto eu estou limpando o óleo derramado na parte sul? E a máquina do lado norte? Continua funcionando ou a ferrugem está corroendo-a peça por peça até que ela definitivamente desmonte inteira?
No oeste as coisas supostamente vão bem mas não me agrada o cheiro de queimado que o vento que entra pela janela traz daquelas áreas. Pode ser que também hajam problemas por lá. E os outros andares? Nem sei quantos a fábrica tem. Já subi uma vez ao qüinquagésimo nono e por lá vi algumas vontades secretas que me arrepiaram. Tortura, morte e alguns atos de maldade que não são característicos de uma mente saudável. Também conheço muito bem o porão mas tudo o que tem lá são caixas e caixas de lembranças velhas....é onde eu mais me ajeito. Tudo conhecido e sob controle. Mas já no primeiro andar onde eu estou agora limpando toda esta zona dessa sujeira, já existem coisas que eu desconheço.
Mas é isso...acho que vou verificar o lado oeste....não gosto mesmo dessa fumaça...
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